quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

COMO FUNCIONA A BIOS

Um dos usos mais comuns da memória flash é o do sistema básico de entradas/saídas do computador, conhecido como memória BIOS (Basic Input/Output System) ou simplesmente BIOS. Em praticamente todos os computadores, a BIOS assegura que todos os outros chips, discos rígidos, portas e CPU funcionem em conjunto.
Todo computador do tipo desktop e laptop de propósito geral contém um microprocessador como unidade central de processamento. O microprocessador é um componente de hardware. Para fazer seu trabalho, o microprocessador executa um conjunto de instruções conhecido como software (veja Como funcionam os microprocessadores para mais informações). Você provavelmente já está bem familiarizado com dois tipos de software diferentes:

  • sistema operacional - o sistema operacional fornece um conjunto de serviços para os aplicativos em execução em seu computador e também fornece a interface de usuário fundamental para seu computador. Windows e Linux são exemplos de sistemas operacionais (Veja Como funcionam os sistemas operacionais para mais informações);
  • os aplicativos - aplicativos são trechos de software programados para efetuar tarefas específicas. Agora mesmo você pode estar executando, além de um aplicativo de navegação (ou browser), um aplicativo de processamento de texto, um aplicativo de e-mail e assim por diante. Você também pode comprar novos aplicativos e instalá-los em seu computador.
Acontece que a memória BIOS é o terceiro tipo de software que seu computador precisa para operar com êxito. Neste artigo, você aprenderá tudo sobre a BIOS: o que ela faz, como configurá-la e o que fazer caso sua BIOS precise de atualização.
O QUE FAZ A BIOS?
O software da BIOS tem diversos papéis diferentes, mas o mais importante é o carregamento do sistema operacional. Quando você liga seu computador e o microprocessador tenta executar sua primeira instrução, ele tem que obter essa instrução de algum lugar. Ele não pode obtê-la do sistema operacional porque esse sistema se localiza no disco rígido e o microprocessador não pode se comunicar com ele sem algumas instruções que digam como fazê-lo. A BIOS fornece essas instruções. Algumas das outras tarefas comuns que a BIOS executa incluem:
  • um auto-teste durante a energização (POST - Power On-Self Test) para todos os diferentes componentes de hardware no sistema, para assegurar que tudo esteja funcionando corretamente;

  • ativação de outros chips da BIOS em diferentes cartões instalados no computador. Por exemplo, placas SCSI e de vídeo freqüentemente possuem seus próprios chips de BIOS;

  • fornecimento de um conjunto de rotinas de baixo nível que o sistema operacional usa para interfacear de diferentes dispositivos de hardware. São essas rotinas que dão à BIOS o seu nome. Elas administram coisas como o teclado, omonitor de vídeo, a porta serial e as portas paralelas, especialmente quando o computador está sendo inicializado;

  • gerenciamento de diversos parâmetros para os discos rígidos, relógio, etc.
A BIOS é um software especial que faz a interface dos principais componentes de hardware de seu computador com osistema operacional. Ela geralmente é armazenada em um chip de memória flash na placa-mãe, mas algumas vezes o chip é de um outro tipo de ROM.

Quando você liga seu computador, a BIOS faz diversas coisas. Esta é a seqüência normal:
  1. verifica a configuração (setup) da CMOS para os ajustes personalizados
  2. carrega os manipuladores de interrupção e acionadores (drivers) de dispositivos
  3. inicializa registradores e gerenciamento de energia
  4. efetua o autoteste durante a energização (POST)
  5. exibe as configurações do sistema
  6. determina quais dispositivos são inicializáveis
  7. começa a seqüência de inicialização (conhecida como bootstrap ou, de forma mais reduzida, como boot
A primeira coisa que a BIOS faz é verificar a informação armazenada em uma minúscula quantidade de RAM (64 bytes) localizada em um chip fabricado com a tecnologia CMOS (Complementary Metal Oxide Semicondutor). A Configuração da CMOS fornece informações detalhadas particulares para seu sistema e pode ser alterada de acordo as mudanças do sistema. A BIOS usa essas informações para modificar ou complementar sua programação padrão conforme necessário. Vamos falar mais sobre essas configurações daqui a pouco.
Manipuladores de interrupção são pequenos trechos de software que atuam como tradutores entre os componentes do hardware e o sistema operacional. Por exemplo, quando você pressiona uma tecla, o evento associado ao sinal é enviado para o manipulador de interrupção do teclado, que informa à CPU do que se trata e o envia esse evento para o sistema operacional. Os drivers de dispositivos são outros trechos de software que identificam os componentes básicos do hardware como teclado, mouse, disco rígido e disco flexível. Como a BIOS está constantemente interceptando sinais de e para o hardware, ela geralmente é copiada (espelhada) na RAM para ser executada mais rapidamente.
INICIALIZANDO O COMPUTADOR
Sempre que você liga seu computador, a primeira coisa que vê é o software da BIOS fazendo seu trabalho. Em muitas máquinas, a BIOS exibe um texto que descreve coisas como a quantidade de memória instalada em seu computador, o tipo de disco rígido e assim por diante. Acontece que durante a seqüência de inicialização (boot), a BIOS faz uma grande quantidade de trabalho para deixar seu computador pronto para funcionar. Esta seção descreve rapidamente algumas dessas atividades para um PC típico.
Depois de verificar a configuração de CMOS e carregar os manipuladores de interrupção, a BIOS determina se a placa de vídeo está operacional. A maioria das placas de vídeo possui sua própria BIOS em miniatura que inicializa a memória e o processador gráfico de sua placa. Caso não o façam, geralmente há informações do driver de vídeo em outra ROM na placa-mãe, que a BIOS pode carregar.
Em seguida, a BIOS verifica se se trata de uma inicialização a frio (cold boot) ou de uma reinicialização (reboot). Ela faz isso verificando o valor no endereço de memória 0000:0472. Um valor 1234h indica uma reinicialização e a BIOS salta o restante do POST. Caso contrário, é considerada uma inicialização a frio.
Se for uma inicialização a frio, a BIOS verifica a RAM fazendo um teste de escrita/leitura de cada endereço da memória. Ele verifica as portas PS/2 ou portas USB em busca de um teclado e um mouse. Ela procura por um barramento PCI (Peripheral Component Interconnect) e, caso encontre algum, verifica todos os cartões PCI. Se a BIOS encontrar algum erro durante o POST, ela notificará o usuário por meio de uma série de bips ou uma mensagem de texto exibida na tela. Um erro nesse ponto quase sempre representa um problema de hardware.
A BIOS então exibe alguns detalhes sobre seu sistema. Isso inclui tipicamente informações a respeito do (a):
Quaisquer drivers especiais, como aqueles para adaptadores de SCSI (Small Computer System Interface) são carregados a partir do adaptador e a BIOS exibe essa informação. A BIOS então considera a seqüência de dispositivos de armazenamento identificada como dispositivos de inicialização na configuração de CMOS. "Boot" é outro nome para a inicialização, e é uma forma reduzida de "bootstrap", alça para ajudar a calçar uma bota. A relação se origina em um antigo ditado, "Lift yourself up by your bootstraps", algo que pode ser traduzido como "Levante-se por conta própria ". O boot se refere ao processo de carregamento do sistema operacional. O BIOS tentará iniciar a seqüência de boot a partir do primeiro dispositivo. Se a BIOS não encontrar um dispositivo, tentará o próximo dispositivo na lista. Caso ela não encontre os arquivos apropriados no dispositivo, o processo de partida será interrompido. Se algum dia você esqueceu um disquete no drive quando reiniciou seu computador, provavelmente já viu essa mensagem.

A BIOS tentou inicializar o computador a partir do disquete esquecido no drive. Como ela não encontrou os arquivos de sistema corretos, não pôde continuar. É claro, isso é fácil de resolver. Simplesmente retire o disquete e pressione uma tecla para continuar.
CONFIGURANDO A BIOS
Na lista anterior, você viu que a BIOS verifica a configuração da CMOS quanto a configurações personalizadas. Eis o que se deve fazer quando você deseja alterar essas configurações.
Para entrar na Configuração de CMOS, você deve pressionar uma determinada tecla ou combinação de teclas durante aseqüência de partida inicial. A maioria dos sistemas usa "Esc," "Del," "F1," "F2," "Ctrl-Esc" ou "Ctrl-Alt-Esc" para entrar na configuração. Há geralmente uma linha de texto na parte inferior da tela que informa "Press ____ to Enter Setup".
Assim que você entrar no Setup, verá um conjunto de telas de texto com algumas opções. Algumas delas são padronizadas, enquanto outras variam de acordo com o fabricante da BIOS. 
  • System Time/Date - ajusta a data e a hora do sistema.
  • Boot Sequence - a ordem na qual o BIOS tentará carregar o sistema operacional.
  • Plug and Play - um padrão para auto-detecção de dispositivos conectados. Deve ser ajustado para "Yes" (sim) caso seu computador e sistema operacional suportem essa opção.
  • Mouse/Keyboard - "Enable Num Lock" (habilitar teclado numérico), "Enable the Keyboard" (habilitar teclado), "Auto-Detect Mouse" (auto-detectar o mouse).
  • Drive Configuration - configura os discos rígidos, CD-ROM e discos flexíveis.
  • Memory - direciona a BIOS para ser espelhada para um endereço específico da memória.
  • Security - estabelece uma senha para acesso ao computador.
  • Power Management - seleciona o uso do gerenciamento de energia, assim como estabelece o tempo de espera (standby)esuspensão (suspend).
  • Exit - salva suas alterações, descarta suas alterações ou restaura os ajustes-padrão.

Tome muito cuidado quando fizer alterações da configuração. Ajustes incorretos podem impedir que seu computador inicialize. Quando você tiver finalizado suas alterações, deverá escolher a opção "Save Changes" e sair. Então a BIOS tentará reiniciar seu computador para que os novos ajustes tenham efeito.
A BIOS usa a tecnologia CMOS para salvar as alterações feitas nos ajustes do computador. Com essa tecnologia, uma pequena bateria de lítio ou Ni-Cad pode fornecer energia suficiente para conservar os dados durante anos. De fato, alguns dos chips mais recentes possuem uma pequena bateria de lítio com capacidade para 10 anos incluída no chip CMOS.
ATUALIZANDO A BIOS
Às vezes, um computador precisará atualizar sua BIOS. Isso vale principalmente para máquinas mais antigas. À medida que surgem novos dispositivos e padrões, a BIOS necessita mudar para aceitar o novo hardware. Como a BIOS é armazenada em alguma forma de ROM, sua alteração é um pouco mais difícil do que a atualização da maioria dos outros tipos de software.
Para alterar a própria BIOS, você provavelmente precisará de um programa especial fornecido pelo fabricante do computador ou da BIOS. Veja as informações de revisão e data da BIOS exibidas durante o boot do sistema ou verifique com o fabricante de seu computador (ou de sua placa-mãe) para descobrir o tipo de BIOS. Então vá ao site do fabricante da BIOS para ver se há uma atualização disponível. Faça o download da atualização e do programa utilitário necessário para a sua instalação. Algumas vezes o utilitário e a atualização são combinados em um único arquivo para o download. Copie o programa junto com a atualização da BIOS em um disquete. Reinicie seu computador com o disquete inserido no drive para que o programa apague a BIOS antiga e escreva a nova. Você pode encontrar um assistente de BIOS, que poderá fazer uma verificação da sua BIOS, em BIOS Upgrades (em inglês). Sistemas mais modernos já conseguem fazer atualização da BIOS dentro do próprio sistema operacional, facilitando a vida do usuário.
Os principais fabricantes de BIOS são:
Da mesma forma que para a configuração de CMOS, tome cuidado quando fizer a atualização da BIOS. Assegure-se de fazer a atualização para uma versão que seja compatível com o sistema de seu computador. Caso contrário, você poderá corromper a BIOS, o que significa que ela não será capaz de inicializar seu computador. Se estiver em dúvida, verifique com o fabricante de seu computador para assegurar que você precisa de uma atualização.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A História da Apple

Qual a primeira coisa quem lhe vem à cabeça quando dizemos celular, smartphone ou até mesmo telefone o que você responde? Se você disse iPhone já estamos nos entendendo.
Mas o que fez um único modelo de celular (entre tantos outros no mercado) virar sinônimo para um produto tão amplo? O que fez, da mesma forma, o iPod virar sinônimo para reprodutor de músicas, iPad virar sinônimo de tablet, etc.?
A resposta poderia ser uma soma de fatores, como gênios do marketing, funções inovadoras, pessoas certas no lugar certo e na hora certa, ideias roubadas, métodos controversos, produtos exclusivos, únicos, etc. No artigo de hoje iremos tentar ver quais (ou todos) destes fatores levaram a Apple ao patamar que ela ostenta hoje.
Mas e como uma marca se torna um mito? Uma referência cultural e objeto de desejo? O que faz um produto ser tão valioso apenas por ter o logo de uma maçã mordida em seus equipamentos? O que fez a Apple ser a empresa mais valiosa do mundo com a incrível marca de cerca de 464 bilhões de dólares? A tarefa é difícil, e talvez impossível, mas iremos tentar analisando a história da marca. Abordando seus lançamentos, produtos, líderes, etc. desde o começo. O caminho é longo, por isso dividiremos o artigo em partes.Bom, comecemos então:
Assim como a maioria das gigantes da tecnologia, a Apple foi fundada em 1976 por dois estudantes, um no colegial e outro na universidade da Califórnia, estamos falando dos sócios "Steve’s": o gênio, para alguns e uma fraude para outros, Steve Jobs e Steve Wozniak, respectivamente. O encontro dos dois foi inesperado, segundo o próprio Wozniak: “Nós nos encontramos pela primeira vez em 1971, durante meus anos de faculdade, enquanto ele [Steve Jobs] estava no colégio. Um amigo disse, 'você deve conhecer Steve Jobs, porque ele gosta de eletrônica e também faz pegadinhas.’ Assim, ele nos apresentou”, contou ele a ABC.
A marca teve como projeto inicial o computador Apple I, desenvolvido por Wozniak entre uma aula e outra na universidade. Embora bastante avançado e audacioso para a época (1976), o Apple I foi recusado pelas gigantes Atari e HP (para quem Steve Jobs havia trabalhado em um emprego de verão e Wozniak trabalhava em um emprego de tempo integral), que recusaram-se a comprar o mesmo, alegando que não enxergavam um mercado promissor para os computadores pessoais em um futuro próximo. Mesmo com a negativa, a dupla acreditou em seu produto e resolveu levar o projeto em frente, produzindo-o com recursos próprios.
No entanto, mesmo com todos os esforços da dupla o Apple I não teve boas vendas, totalizando um total de pouco mais de 200 unidades comercializadas. O preço é um caso à parte: US$ 666,66 dólares, uma brincadeira da dupla. Em valores corrigidos, o Apple I custaria um pouco mais de US$ 5.000. Mesmo com as vendas inferiores àquelas que seus criadores desejavam, os lucros sustentaram a Apple durante todo o ano seguinte, permitindo que eles tivessem aporte financeiro para trabalhar na produção e lançamento de versões mais potentes. Falando em potência, o Apple I tinha processador de 1 mega-hertz e 8kb de memória (4kb para carregar o interpretador Basic, e os demais para programas), expansível até 48kb, menos do que seu micro-ondas, hoje, ou seu controle remoto, certamente.

Em 2005 estimou-se que existiam cerca de 30 a 50 unidades no mundo, sendo leiloados por até 50 mil dólares cada. Recentemente, em outubro de 2014, o museu Henry Ford comprou uma unidade em leilão por US$905.000, cerca de 2,2 milhões de reais. Segundo leiloeiros, o Apple I é a relíquia mais valiosa ligada ao mundo digital.
Como continuação de suas pesquisas a Apple apresentou o Apple II no ano seguinte. Com este modelo finalmente a Apple conseguiu alcançar o sucesso, apesar do alto preço para a época: US$ 1.298, cerca de 10.000 dólares em valores atuais.
Em suas configurações, o Apple II vinha com modestos 4 KB de memória, expansível até 52kb, e 12 KB de memória ROM, uma grande sacada para a época, já que assim ele podia armazenar um interpretador BASIC (linguagem padrão da época) e o software de bootstrap, lido no início do boot. Com isso era só ligar e imediatamente começar a programar ou carregar programas (no Apple I, era preciso primeiro carregar a fita com o BASIC, para só depois fazer outra coisa). Seu sistema de armazenamento tinha 120kb de espaço.
Detalhe: as placas expansíveis eram fabricadas por uma empresa recém formada que talvez você já tenha ouvido falar: Microsoft.
O Apple II já era bem mais parecido com um computador atual, pois vinha com as características que estamos acostumados a ver hoje em dia em uma máquina, como um gabinete de plástico e até um teclado incorporado. O computador foi lançado em uma série de versões diferentes, e entre as inovações apresentadas já no primeiro modelo, podemos citar a placa gráfica (com o máximo de resolução 280 x 192 e 6 cores) e o sistema de saída de som.
  
A linha Apple II se tornou tão popular que sobreviveu até o início dos anos 90, acumulando entre 5 e 6 milhões de unidades vendidas em 17 anos de produção, o que lhe concedeu o título de o computador pessoal por mais tempo produzido até hoje. O último lançamento da série foi o Apple IIC Plus, que utilizava um processador de 4 MHz e memória de 128kb, expansível até 1,25mb. Esta versão vinha também com um drive de disquetes de 3.5", bastante parecido com o último modelo disponível às pessoas até alguns anos atrás.
Com o sucesso do Apple II a empresa não perdeu tempo em desenvolver o sucessor, o Apple III. Com processador de 2 MHz e memória de 128kb, expansível até 512kb a promessa acabou se tornando um verdadeiro fracasso. Principalmente por não ter sido desenhado pelo mesmo criador dos modelos anteriores, Steve Wozniak, e sim, pela equipe de marketing da Apple, cuja única preocupação era seguir à risca as ideias malucas e devaneios de Steve Jobs.
Por causa disso, o Apple III saiu das fábricas cheio de defeitos. Por exemplo: não possuía ventoinhas de refrigeração (uma obsessão de Steve Jobs), e por isso  esquentava rápido demais, travava constantemente, além de suas peças simplesmente se soltar. Como Wozniak, que já não aguentava mais Steve jobs falara depois, o Apple III era uma máquina que "tinha 100% de falhas de hardware". Por fim, o computador que custava US$ 4.340 vendeu somente 75 mil unidades, das quais 14 mil retornaram à Apple por defeitos e insatisfação dos clientes.
Paralelamente ao fracasso do Apple III, o Apple II fazia um enorme sucesso, permitindo à empresa começar a investir no desenvolvimento de computadores com interface gráfica, possibilidade de conexão em rede e mouse. A "ideia" afirma-se surgiu após uma visita de Steve Jobs ao laboratório da Xerox, onde computadores com interface gráfica já eram desenvolvidos desde a década de 70 (embora sem sucesso, devido ao alto custo). Essa visita de Steve Jobs à sede da Xerox é até hoje um dos casos mais polêmicos da história da computação, e nem é pela veracidade da história, que já foi, inclusive, confirmada pelo próprio Steve Jobs, veja o que ele disse certa vez; “Quer dizer, Picasso tinha um ditado que afirmava: ‘Artistas bons copiam, grandes artistas roubam’. E nós nunca sentimos vergonha de roubar grandes ideias.” Em outra oportunidade ele diria: “Eles estavam com a cabeça em copiadoras e não tinham a mínima ideia sobre o que um computador podia fazer. Eles simplesmente transformaram em derrota a maior vitória da indústria de computadores. A Xerox poderia ter sido dona de toda a indústria de computadores.”
E essas “inspirações” que a Xerox deu a Steve Jobs seriam transformadas em inovação no lançamento do seu novo modelo: o Apple Lisa (nome da filha de Jobs e mais uma de suas excentricidades), em 1983. O modelo saía de fábrica com as seguintes configurações: processador de 5 MHz, 1 MB de memória RAM, dois drives de disquete de 5¼ de alta densidade, HD de 5 MB e um monitor de 12 polegadas, com resolução de 720 x 360. Uma configuração excepcional à época. Outro ponto chave do Lisa é que este modelo contava com uma suíte de aplicativos de escritório semelhantes ao que o Office faz por nós hoje (imagem acima). O ponto negativo deste modelo era o preço: US$ 9.996 dólares da época (suficiente para comprar 5 PCs, seu concorrente, fabricados pela IBM), cerca de US$ 23.666 dólares atuais, mais de 60 mil reais!

Fruto de um investimento de cerca de US$ 150 milhões, a conta do Apple Lisa acabou dando prejuízo. Embora fosse melhor do que os concorrentes, ele não obteve sucesso considerável, ainda mais tendo em vista que o Apple II ia de vento em popa na mesma época. No total, foram produzidas cerca de 100.000 unidades em dois anos, sendo a maior parte delas vendidas com grandes descontos, e muitas vezes abaixo do preço de custo, por exemplo, um lote de 5.000 unidades que foi vendido para a Sun em 1987, após a descontinuação do modelo.
Como lado positivo, podemos dizer que o desenvolvimento do Lisa serviu de base para o Macintosh, um dos maiores sucessos da época e da própria Apple. Lançado em 1984, falou-se na época que ele tinha vindo para ameaçar o monopólio dos PCs. A configuração, similar a dos PCs, tinha processador de 8 MHz, 128 KB de memória e um monitor de 9 polegadas. A grande arma do Macintosh contra seu concorrente era o MacOS 1.0 (outro resquício do Lisa, porém otimizado para consumir muito menos memória). Seu sistema operacional inovador, diferentemente do MS-DOS era totalmente feito para funcionar com interface gráfica e mouse, facilitando muito a operação das máquinas.
O Macintosh foi o primeiro dos sucessos de marketing da empresa, característica que se tornaria uma caravterística e pautaria os lançamentos da marca até hoje. No superbowl XVIII, em janeiro de 1984 a Apple pagou uma enorme quantia de dinheiro para ter o anúncio abaixo veiculado para todos os Estados Unidos através de três redes nacionais ABC, CBS e NBC, além de cinquenta estações locais. O A ideia do comercial foi baseada na obra caótica “1984” do autor George Orwell e dirigida por Ridley Scott. Segundo a Tv Guide este é o maior comercial de todos os tempos.

Em 1985, à medida que o Macintosh tornava-se um sucesso de vendas, Steve Jobs, que tinha recebido a missão de reunir e liderar as equipes do Macintosh e do Lisa tornava-se cada vez mais autoritário e maldoso. Sua personalidade difícil e suas excentricidades já começavam a criar problemas internos, o que levou a empresa a cogitar cada vez mais seu afastamento.
Em maio do mesmo ano com o esfriamento das vendas do Macintosh, o conselho de administração da empresa decidiu afastá-lo da equipe. A empresa deu ainda uma oportunidade para que Jobs ficasse com o título de presidente do conselho e no papel de visionário dos produtos, sem o controle de qualquer divisão ou encargo operacional. No entanto, dotado de uma megalomania típica dos grandes líderes, ele não aceitou e agora estava fora da empresa que há quase 10 anos atrás havia sido um dos fundadores.
Steve Jobs foi demitido de sua própria companhia e agora saía para fundar uma outra empresa de computadores, a NeXT. No ano seguinte, ele compraria a Pixar da Lucasfilm, que anos mais tarde ficaria famosa por apresentar uma nova linguagem de animação 3D para desenhos animados. A Pixar revolucionária a história do cinema até ser comprada pela Walt Disney em 2006 por 7,4 bilhões de dólares. 
Após a saída de Steve Jobs a empresa precisava se reinventar e apostar em um novo mercado, e nada melhor do que isso do que a grande novidade da época: Os computadores portáteis. O primeiro portátil da Apple chamou-se Macintosh Portable, que contava com um processador de 16 mega-hertz e memória de 1 megabyte, expansível até 9 megabytes, a bateria garantia 12h de independência. O portátil foi lançado em 1989 ao preço inicial era de US$ 6.500 (quase 12.500 dólares em valores atuais), e de portátil não tinha muita coisa, pesava 7.5 kilos...
Embora não tenha vendido tão bem quanto a Apple esperava e ter sido eleito recentemente pela revista especializada Pc World como a 17ª pior produto tecnológico de todos os tempos, essa máquina serviu de experiência para que a Apple trabalhasse em seu próximo lançamento portátil: o Powerbook em 1991, mesmo ano em que a empresa apresentou seus primeiros modelos com tela colorida, uma verdadeira revolução.
Esse notebook tinha um processador com capacidade de 16 mhz e memória de 2 a 8 mb. Seu preço já era bem mais acessível, custando US$ 2.300 dólares (pouco mais de 4 mil dólares). O  Powerbook foi um verdadeiro sucesso, teve "apenas" 1 milhão de dólares destinados ao marketing, e, mesmo assim, geraou 1 bilhão de dólares em vendas, somente no seu primeiro ano. Ao contrário do seu antecessor que foi escolhido um dos piores produtos tecnológicos do mundo (Apple III), este foi eleito o 10º melhor pela mesma revista.
Em grande parte por “culpa” das vendas bilionárias o Powerbook, muitos analistas dizem que nesse momento iniciava-se a era de ouro da Apple, o que ela soube aproveitar muito bem. Nos anos seguintes a empresa lançaria mais de 15 modelos diferentes de Powerbok e Powerbook Duo, os lucros foram incríveis.

 
No entanto, o período de vacas gordas não durou muito, em 1993 ela resolveu descontinuar a série Apple II que se tornava muito cara para ser produzida e não conseguia fazer frente à série Macintosh, sua linha mais barata e vendável. Para ajudar, a Microsoft estava despontando como a maior empresa do mundo no ramo da computação, com seus pc’s mais baratos que o concorrente.
Ao invés de a Apple utilizar os enormes lucros das vendas para “contra-atacar” com pesquisa, inovação e produtos, resolveu processar a Microsoft, alegando que o projeto gráfico de seus pc’s era uma cópia do Apple Lisa. A disputa judicial se arrastou por vários anos até ser indeferida. Ao final deste período a Microsoft já era a maior empresa de tecnologia do mundo e a Apple só piorava.
Para tentar combater a Microsoft, a Apple se aliou a IBM e a Motorola na aliança AIM. O objetivo era criar uma nova plataforma de computação que usaria hardwares da IBM e da Motorola com os softwares da Apple. O objetivo da aliança era que a experiência em desenvolver hardwares da Motorola e IBM aliada às experiências bem sucedidas da Apple fosse deixar o PC da Microsoft muito atrás. Como resultado, a Apple lançou o Macintosh Power, o primeiro de muitos computadores da marca a usarem o processador PowerPC da Motorola.
Porém, nada dava certo, era um desastre atrás do outro: Demissões em massa, troca de presidentes, tentativas frustradas de melhorar o Mac OS, etc. Para piorar o lado da empresa da maçã, ao mesmo tempo em que a Microsoft ganhava (muito) terreno e uma disputa judicial se arrastava por anos, uma série de grandes fracassos de produtos e prazos não cumpridos terminaram por manchar a reputação da Apple. Quer exemplos? O Macintosh especial para comemorar os 20 anos da Apple.

A história é a seguinte: Com o aniversário de 20 anos da empresa que se aproximava cada vez mais, a Apple decidiu que deveria lançar algo especial para a data não passar em branco. Aproveitando a ocasião eles aproveitaram para lançar um Macintosh em edição comemorativa de 20 anos. A ideia era lançar um produto diferenciado e exclusivo para os consumidores.
Assim surgiu o 20th Anniversary Macintosh, um computador com 250 MHz de processador, e 32 ~ 128 MB de memória RAM, a tela de LCD tinha 12 polegada e alcançava uma resolução de 800x600.
O problema era que nem mesmo a Apple sabia o que estava fazendo, tanto que a edição comemorativa aos 20 anos da empresa foi lançado quase 1 ano depois do aniversário! Para piorar, o computador foi lançado com o incrível valor de US$ 7.499 (mais de 11 mil dólares, hoje). Se você ainda não entendeu a dimensão do fracasso, veja isso: Somente 12 mil unidades deste modelo foram fabricadas (imagine quantas foram vendidas) e o computador foi tirado de produção menos de um ano após seu lançamento.
Quer ver mais um desastre da Apple? Já ouviu falar que ela desenvolveu um videogame? Não? Exatamente.
Bom, você pode até não conhecer nenhum videogame da Apple, mas certamente conhece o Mega Drive, o Nintendinho, o Super Nintendo, o Game Boy, o Playstation, etc. certo? Sabe o que eles têm em comum? Todos eles são sucessos de venda nos anos 90, a era de ouro dos consoles, quando empresas como Nintendo, Sega e Sony tiveram ganhos astronômicos. Pensando justamente nisso, querendo uma fatia desse mercado, a Apple teve a brilhante ideia de entrar no mundo dos games. Seu trunfo? o Apple Bandai Pippin.

Diferente dos consoles da Nintendo e de outros nomes de sucesso, cujos lucros vinham principalmente do licenciamento dos jogos, a Apple resolveu inovar novamente e apostar no licenciamento de uma plataforma baseada no Mac OS para lançar seu videogame. Para utilizá-la o desenvolvedor teria de pagar uma licença para receber as especificações de arquitetura e kits de desenvolvimento e, posteriormente, receberia royalties por cada unidade fabricada e vendida. A única produtora grande por trás dos games do Pippin era a própria Bandai, parceira no desenvolvimento do console. No final das contas, em seu pouco tempo de vida (1 ano) o veideogame somou menos de 80 games disponíveis.
Das 100 mil unidades do Pippin que foram produzidas pela parceria Apple/Bandai, somente 42 mil delas foram comercializadas a US$ 599 cada, mais um motivo crucial no fracasso da plataforma. Por este motivo o Pippin galgou a posição de número 22 na mesma lista citada anteriormente, que escolher os piores dispositivos eletrônicos do mundo.
No entanto, um ponto positivo pode ser tirado de toda essa série de fracassos: a Apple viu que precisavam de algo a mais se quisessem sair do buraco, e essa cartada na manga tinha nome: Steve Jobs. Após a compra da empresa criada por ele quando saiu da Apple em 1985, a Next Computer, Steve Jobs retomou à Apple ocupando agora a função de conselheiro, em 1997.
No momento da volta de Jobs, a Apple estava se readequando para sair do buraco que estava sendo cada vez mais enterrada.
Além de comprar a empresa criada por Steve Jobs, a Next Computer, a Apple adquiriu várias outras empresas do ramo de softwares de produção digital, uma estratégia de realinhar seus pensamentos e criar um portfólio de produção digital profissional e ou para o consumidor. Entre suas aquisições estão o software Final Cut Pro da Macromedia, em 1998, indicando sua expansão no mercado de edição de vídeo digital, a empresa Nothing Real e a Emagic em 2002.
Como resultado da compra do Final Cut surgiram o IMovie para os consumidores domésticos e o Final Cut Pro para os profissionais em 1999. O software logo passou a ser um programa de edição de vídeo bastante utilizado, alcançando a marca de 800 mil usuários registrados no início de 2007. Já a compra da Nothing Real rendeu o software de composição digital “Shake”, e através do Emagic a aplicação GarageBand. Haveria ainda o lançamento do iPhoto que concluiria a suíte iLife.
Acha que essa foi uma grande mudança? Espere até ver a próxima: Sabe a Microsoft, aquela mesma empresa com a qual a Apple lutou judicialmente por anos? Pois saiba que a Apple e Microsoft aliaram-se em um acordo de 150 milhões de dólares.
O negócio ocorreu em 1997, quando a Microsoft comprou 150 milhões de dólares em ações sem direito de voto da Apple. Mas não pense que o negócio foi porque a Microsoft e legal e é queria ajudar a salvar a rival da falência, a verdade é bem menos distinta. Na verdade a aliança foi porque a Microsoft queria desenvolver uma versão do pacote Office para o sistema operacional da maçã.
Paralelamente a essas estratégias de inovação digital, Steve Jobs voltou à Apple com uma missão: reinventar a marca que morria lentamente e rumava à falência. E foi justamente isso que ele fez. Em 15 de agosto de 1998, a Apple apresentou sua nova arma: um computador “tudo em um”: o iMac. A equipe de design do iMac foi liderada por Jonathan Ive, aposta pessoal de Jobs, que mais tarde iria projetar também o iPod e o iPhone.



 O iMac, produzido até hoje, em sua 8ª geração, contou com tecnologia moderna e um design único desde a primeira versão, a G3. E se você está se perguntando se p produto emplacou, veja este dado: O primeiro iMac vendeu cerca de 800 mil unidades em seus primeiros cinco meses!!!

Inovando ao ser o primeiro modelo de computador a destoar da característica cor bege e apresentar modelos coloridos, a versão inicial chegava ao consumidor com até 128gb de HD, entre 32 e 512 MB de memória RAM e processador de 233 MHz até 750 MHz, dependendo da configuração escolhida. Hoje em dia os iMac’s são conhecidos por seu alto desempenho, sendo a escolha da maioria dos hardcore users como designers, editores de vídeo, desenvolvedores, etc. A última geração, chamada de Slim Unibody iMac, conta com tela de até 27 polegadas, memória de até 32gb, processador Intel i7, além de um design único (os computadores da Apple começaram a migrar para a tecnologia da Intel em 2005, segundo Steve Jobs, os desenvolvedores da IBM não estavam atendendo às demandas necessárias que a empresa precisava para ganhar mercado).
Detalhe: Se você quiser o topo de linha, a exclusividade total, e não se importar de pagar por isso, pode escolher o iMac de 27 polegadas de 5k, a maior qualidade de resolução do planeta Terra. As configurações apontam um processador Intel Core i5 quad core de 3,5GHz com Turbo Boost de até 3,9GHz, 8GB de memória (duas de 4GB), Fusion Drive de 1TB1 e AMD Radeon R9 M290X com 2GB de memória de vídeo;.

Um outro fator que chamou a atenção das pessoas quanto ao iMac, na época de seu lançamento, foi um dos comerciais vinculados na mídia. Apelidado de " Shootout simplicity", um garoto de 7 anos e seu border collie de nome Brodie são desafiados a montar um iMac, correndo contra Adam Taggart, um estudante de MBA da Universidade de Stanford, com um HP Pavilion 8250.  Em uma corrida para ver quem acessava montava primeiro a máquina e acessava a internet, Johann e Brodie terminou em 8 minutos e 15 segundos, enquanto Adam ainda estava trabalhando nele até o final do comercial, ele demoraria quase 30 minutos para realizar a tarefa. Confira:

Com o sucesso das vendas do iMac a Apple começou novamente a respirar com mais alívio, podendo planejar então uma nova inovação entre sua linha de produtos: estava na hora de reformular o famoso Mac OS, seu sistema operacional. A ideia era criando uma plataforma nova que fosse poderosa e unisse o poder e a estabilidade do sistema Unix com a praticidade e elegância do consagrado Mac OS. Pois eles conseguiram, e em 2001 foi lançado o Mac OS X V 10.0 Cheetah.
Mas somente o mercado de computadores não era a visão que Steve Jobs tinha para a empresa. Ele queria mais, bem mais. Foi assim que foi lançado em 2001 o MP3 player iPod junto com a loja iTunes, a plataforma mais bem-sucedidas de venda online de músicas de todos os tempos.
Chegando hoje a até 160gb de capacidade, a primeira geração dos iPod começou de forma modesta, com apenas 5gb de armazenamento. Hoje existem diversas versões e gerações do aparelho. O iPod Classic, por exemplo, está atualmente em sua 6ª geração, o iPod Mini em sua 2ª, o iPod Nano em sua 7º geração, o iPod Shuffle em sua 4ª e o iPod Touch em sua 5º geração.
Revolucionando o mundo da música, onde agora as pessoas não precisam mais sair com um enorme discman na cintura, o iPod, minúsculo e com milhares de músicas em seu interior consagrou-se como o maior sucesso de vendas da Apple, sendo superado somente em 2010 pelo iPhone. Até o final de 2013 a Apple vendeu quase 400 milhões de iPods no mundo, somando todos os modelos. Por este sucesso e pelo sucesso da iTunes Store (como veremos abaixo), em 2007 o valor das ações da Apple passaram pela primeira vez da casa dos 100 dólares.
 
Parte do sucesso do iPod foi dividido e resultado do iTunes. Comprado pela Apple em 2000, a plataforma que integrava música, vídeo, um avançado sistema de bibliotecas, compra e download de músicas, aplicativos, jogos, filmes, rádios, sincronização e backup de dispositivos e periféricos da marca, podcasts, programas de tv, audiobooks, gerenciamento de contas, etc. foi um sucesso desde seu lançamento.
Hoje o depósito do software conta com mais de 37 milhões de músicas à venda, 1 milhão de podcasts, 40 mil clipes de música (somente nos EUA), 20 mil audiobooks, 3 mil programas de Tv (somente nos EUA), 45 mil filmes (somente nos EUA) e 1 milhão de aplicativos. E para quem acreditava que vender músicas, filmes ou qualquer cosia que poderia ser obtida de graça na internet nunca daria certo, prepare-se para as cifras:
Nas primeiras 18 horas de atividade da loja foram vendidas 275 mil músicas; a música de número 1 milhão demorou 5 dias para ser alcançada. Na versão para Windows essa meta foi batida ainda antes, em 3 dias! Segundo Steve Jobs, na conferência MacWorld de 2004, houve um usuário que comprou 29 mil e 500 dólares de música na iTunes Store. Em 2008 a empresa chegava a vender 60 milhões de aplicativos por mês e registrar lucros de mais de 1 milhão de dólares por dia.
Agora veja os últimos dados informados pela Apple: 25 bilhões de músicas vendidas; 45 milhões de vídeos, 50 milhões de episódios de Tv, 2 milhões de filmes, 2 milhões de episódios de tv em HD e mais de 60 bilhões de aplicativos. Estas cifras lhe conferem o título de maior vendedor de música dos Eua, maior vendedor de filmes online do mundo. E ainda tinha gente que não acreditava em vender algo por 99 centavos de dólar...
No iTunes Store do Brasil o Itunes Match, o serviço de venda de músicas e de filmes foi introduzido em 13 de dezembro de 2011, e a de livros em 22 de outubro de 2012. Além disso, se sua conta é brasileira, você também tem acesso a clipes musicais, podcasts, programas de afiliados, apps, eiTunes university. O preço por música varia entre 0.69 a 1.29 dólares americanos.
Abaixo veja, em verde, os países onde o iTunes Store está disponível.
Como sabemos a Apple estava se reinventando sob o comando de Steve Jobs, para isso uma série de medidas foram tomadas (como mudar o nome da empresa de “Apple Computer” para “Apple Inc.”), entre elas, diversificar o cenário de atuação. Com o iPod ela tentaria dominar (e conseguiria) o mercado da música móvel, no entanto havia outro campo que era de interesse da empresa: telefonia móvel. E para isso era preciso um aparelho, mas não um como havia na época. Era preciso algo que reunisse diversas funções em um só dispositivo, que navegasse na internet, tivesse a versatilidade dos milhares de Apps, funções de vídeo e imagem, tela maior, integrasse a praticidade de ouvir música como no iPod, etc.
O resultado de tudo isso, o primeiro iPhone foi lançado em 2007 em plena expansão do iPod. Tentar explicar o fenômeno iPhone é complicado, parece que as palavras são insuficientes para dar conta do que ele representou em transformação para o mundo da tecnologia. Com a ajuda dele a Apple tornou-se uma das mais valiosas empresas de capital aberto do mundo. O iPhone é o telefone mais vendido países como os Estados Unidos e o Japão, por exemplo. Não poderia ser diferente, as vendas foram incríveis desde o primeiro modelo:  O iPhone modelo “1” vendeu mais de 1 milhão de unidades em apenas 74 dias. Desde então elas aumentaram de forma exponencial e segundo a Apple, em março de 2014, as vendas de iPhones superaram os 500 milhões de dispositivos.
Um dos fatores de sucesso do iPhone foi sem dúvidas o touchscreen e a ausência de botões (veja a euforia do público no momento em que Steve Jobs apresenta a função ao auditório lotado). Embora já existissem smartphones e telas touchscreen em 2007, nenhum deles tinha uma interface tão fácil de usar e uma tela com uma resposta ao toque tão boa quanto ao novo aparelho da Apple. E com esse smartphone a Apple conseguiu repetir a velha receita de sempre: entregar ao consumidor final um aparelho com hardware poderoso, lindo visualmente, com todos os detalhes pensados de forma exaustivamente. integrado com um sistema operacional fácil de usar e que explorasse ao máximo as possibilidades (neste caso, inseriondo ainda una tela com suporte a multitoques). Aliás, nesse quesito de facilidade de uso, nenhum concorrente conseguia equiparar-se à facilidade do IOS, o sistema operacional prático e ágil inaugurado pelo iPhone. Como se tudo isso não bastasse, ainda tínhamos a iTunes Store e App Store, que ia de vento em popa e badalavam ainda mais os produtos Apple.

Para ilustrar a facilidade apresentada pelo IOS citas-se o caso emblemático em que o cantor Stevie Wonder chegou a agradecer a Steve Jobs e sua empresa por “enfrentarem o desafio de fazer sua tecnologia algo acessível a todos”. Segundo o músico: “Porque não há nada no iPhone ou no iPad que vocês possam fazer que eu não possa”.
Podemos avaliar a influência e o sucesso do iPhone no momento em que vimos que os concorrentes, e os smartphones de modo geral, passaram a “imitar” as características popularizadas pelo aparelho da Maçã. Aqueles que não seguiram a tendência (como a Nokia) ficaram para trás e perderam mercado, erro pelo qual a marca vem pagando até hoje.
Por estes motivos decorrentes do esmero de Steve Jobs nos mínimos detalhes é que podemos ver a mesma cena em todos os lançamentos de iPhone: Legiões de fãs aguardando por dias nas filas.



Um fato interessante sobre o iPhone no Brasil e que poucos sabem é que aqui a marca iPhone foi registrada em 2000 pela empresa Gradiente. De acordo com o registro, a Gradiente previu a revolução na convergência de voz e dados através da Internet logo na virada do século e solicitou a patente do nome. Isso, claro, gerou uma disputa judicial por anos e só foi concluída em 2008. Em 2012, IGB (novo nome da Gradiente) lançou sua própria linha de smartphones com o sistema Android com o nome comercial a que tem os direitos exclusivos. 

Paralelamente ao sucesso do iPhone, do Macbook Pro e das vendas ainda significativas do iPod, a Apple surpreende novamente em 2010, apresentando um novo conceito de tecnologia: o Apple iPad, revolucionando e tornando-se sinônimo de tablet, vendendo mais de 300 mil unidades no dia do lançamento. Em 2014 a empresa anunciou que o aparelho atingiu a marca de mais de 200 milhões de unidades comercializadas.
Mesclando funcionalidades do iPhone e do Macbook um iPad pode gravar vídeo, tirar fotos, ouvir música, executar funções de Internet, tais como navegação na web e e-mail, jogos, navegação GPS, redes sociais, etc. além dos milhares de aplicativos (em outubro de 2013, a App Store atingiu mais de 475 mil específicos para iPad, os apps HD).
Nas palavras de Steve Jobs, no dia do lançamento: “a estratégia [do iPad] é muito simples. O que nós queríamos era colocar um incrível computador dentro de um livro que você pudesse carregar para aonde você fosse e que aprendesse a usar em 20 minutos.”
Disponível hoje em vários tamanhos e modelos, o iPad tornou-se muito mais do que um eletrônico para diversão e entretenimento. Em 2013, por exemplo, o governo de Andorra obrigou,literalmente, todos os alunos do ensino público a comprar uma tablet da  Apple para uso escolar. O objetivo, em declarações feitas à imprensa, era evitar que alunos carreguem livros pesados que prejudicassem a saúde. Dessa forma um tanto quanto controversa, Andorra transformou-se no primeiro país a apostar nesta tecnologia como meio de ensino. Frente às críticas, o governo explicou que as famílias pobres poderiam parcelar o aparelho e que, mesmo sendo o mais caro, era o único no mercado a oferecer uma experiência completa de ensino.
 
iPod líder de mercado, iPod líder de mercado, iPhone líder de mercado, Macbooks vendendo como nunca, ações acima de 300 dólares pela primeira vez (em 2010), tudo corria bem, certo? Errado, em 17 de janeiro de 2011, Jobs anunciou em um memorando interno da Apple que ele iria se afastar de suas funções por um período indeterminado, para cuidar de sua saúde. Tim Cook assumiu as funções pontuais de Jobs, que ainda permaneceria nas funções vitais e decisivas da empresa até 24 de agosto do mesmo ano, quando renunciou ao cargo de CEO.
Steve Jobs havia sido diagnosticado com câncer no pâncreas em 2003. No início ele se recusou a um tratamento médico convencional, utilizando alimentação vegana, acupuntura, remédios de ervas e até mesmo um vidente para curar a enfermidade. Segundo Barrie Cassileth, o chefe do departamento de medicina integrativa do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, "a fé de Jobs na medicina alternativa provavelmente lhe custou a vida [...] ele tinha o único tipo de câncer pancreático que é tratável e curável [...] ele essencialmente cometeu suicídio”.
Steve Jobs faleceria pouco mais de 1 mês depois, em decorrência de uma parada respiratória, no dia 5 de outubro de 2011, encerrando uma era de sucesso na empresa mais valiosa do mundo.
  
A vida, no caso, a empresa, segue e a Apple continuaria seu caminho para o total domínio do mercado, e para isso não vai poupar: Adquiriu a C3 Technologies, por US $ 240 milhões, a Anobit por US $ 500 milhões, Swell por 30 milhões, Beats Electronics por 3 bilhões e muitas outras, foram mais de 60 aquisições de empresas desde a fundação (26 somente após o falecimento de Jobs). No ramo dos produtos vieram o iPhone 5, iPhone 6, iPad Air 2, iPad Mini
Atualmente a Apple vem pesquisando sobre realidade aumentada; sobre algo ainda não bem explicado, que envolve tweets em tempo real (já que ela comprou 2 empresas que desenvolvem tecnologia neste setor), entre outros produtos que não fazemos nem ideia.
Para finalizar, veja abaixo uma imagem com todos os produtos lançados pela marca da Maçã. Clique na imagem para vem em tamanho original.